Na semana passada, Eike Batista investiu R$ 1,6 bilhão, em 28 áreas de exploração de petróleo e gás, no Leilão da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Alguns dizem que pagou caro, outros que é arrojado. Mas, foi negociando dessa maneira e colocando a letra “X” no nome da empresas, como símbolo da multiplicação, que ele dobrou seu patrimônio, avaliado hoje em US$ 15 bilhões.
Mas, ao observar melhor como seus empreendimentos são implantados é fácil perceber que a ousadia desse empresário se assenta em procedimentos um tanto inconseqüentes. Como um pirata trabalha com risco calculado e desrespeita os princípios de responsabilidade social e ambiental.
A Siderúrgica MMX, de Corumbá, já teve vários problemas com a justiça em função de seus escandalosos processos de licenciamento ambiental, chegando ser interditada por uma ação do Ministério Público Federal. O Ibama de MS autuou a empresa em um milhão de reais, por comprar carvão vegetal de um local sem licença, irregular, no meio do Pantanal e, para piorar, em área indígena. No Amapá, a MMX está sendo acusada pelo Ministério Público Federal (MPF) por danos coletivos. A empresa construiu sua usina no município de Pedra Branca do Amapari sem licença ambiental. A indenização pedida pelo MPF foi de US$ 35,7 milhões.
A última do empresário, é o investimento num porto de calado profundo em Peruíbe (SP) orçado em R$ 3 bilhões. O único detalhe é que a área fica no mesmo local onde a Funai pretende instalar uma reserva indígena. Quem será que vai ganhar? O empresário visionário ou os índios? Mas esses não são os únicos investimentos que esbarram nas questões sociais e ambientais, procure saber mais sobre os investimentos no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.
*Patrícia Zerlotti é jornalista, membro do NEM e coordenadora de projeto da ong Ecoa-Ecologia e Ação.
13 December 2007
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2 comments:
Olá Patrícia!
Pois é, aqui em Peruíbe estamos também vivendo os riscos dos "benefícios" futuros propostos pelo Eike Batista.
E óia moça, a questão indígena é um dos pontos fortes para nossa luta contra o porto, mas quiçá a questão se resumisse à demarcação...
Além de Aldeia Indígena, a área é ainda a última da Serra do Mar com mata contínua da serra ao mar. Pense nesta área transformada de uma lado num complexo portuário e no outro em um complexo empresarial.
Mais, imagine um porto com funcionamento para além do de Santos a menos de 30 km do Mosaico de UCs Juréia.
Outra coisa, é um porto privado. E também, qual seriam as mudanças provocadas nas dinâmicas sociais locais?
O processo está obscuro. Tem Audiência Pública marcada sem informar à população. Oferta de dinheiro aos índios, articulações com o governo municipal, muito interessado.
Enfim...
Temos um portal educomunicativo (www.flechadeluz.org) voltado para a temática juventude e meio ambiente. Poderia publicar o seu texto lá?
Tenho um blog tb... www.verdesocial.blogspot.com.
Vou linkar este lá. Parabéns a vocês da EcoAgência pela qualidade do conteúdo.
Gd abç!
Bruno Pinheiro
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